ADENISIA MARINHEIRO DE LIMA
( BRASIL - SÃO PAULO )
São Paulo – SP.
PÉRGULA LITERÁRIA VI. 6º. Concurso Nacional de Poesias “Poeta Nuno Álvaro Pereira.” Valença: Editora Valença, 2004. 202 p.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
[ POESIAS DE AMOR ]
MENTIRA
Não sinto mais saudades, nem choro por você
Rasguei todas as fotografias em que seu rosto sorria
E sempre com olhar terno
Eterno amor me prometia
Queimei todas as roupas que você fingiu esquecer
Quando com pressa saiu para nunca mais voltar
E eu chorando gritava
Te pedindo pra ficar
Seu travesseiro joguei fora
Para seu cheiro não mais sentir
Os seus discos já quebrei
Para nossa canção não mais ouvir...
Não te procuro nas ruas
Na multidão não te vejo mais
Quero matar o passado
Esquecer os dias lá atrás...
Já não lembro de nada
De tudo que aconteceu
Das juras de amor eterno
Que você me prometeu...
E se alguém me perguntar
Se meu coração está ferido
Vou ser sincera ao responder
Infelizmente, continuo mentindo...
CONFIDENTE LEAL
No silêncio da noite escura você abafa meu grito
E como um lenço absorve minhas lágrimas
Aproveitando o momento par acariciar meu rosto
Que mais uma vez adormece sobre você..,
Virou confidente
E é na hora da dor latente
Quando mais o coração dói
Você está presente.
Pois sabe que a cada dia
Esta dor que me angustia
Me faz um pouco morrer...
Sabe dos meus segredos e fantasias
De todas as agonias, derrotas, alegrias
Das paixões sem resultado, das esperas angustiantes
Da insanas promessas, dos momentos delirantes.
Dos sonhos adormecidos, dos planos tão mal traçados
Dos castelos desenhados e nunca antes invadidos
Promessas de tanta coisa, de uma solidão engasgada
De um não querer acordar nunca, e de nunca pensar
[mais nada...
Agarro teu corpo feito com um material macio
Vestido num linho bordado, leve e sofisticado
Que mais uma vez aquece e consola
Meu peito que silencioso couve o barulho da chuva
chove lá fora...
H O J E
Hoje acordei comemorando a vida
Sorrindo como nunca, gargalhadas estridentes
Sem raiva do inocente relógio que me despertou
Sem aquela pressa de todos os dias
Querendo gritar de alegria
Para comemorar esta doce magia...
E que demore passar as horas, os minutos
E eu possa aproveitar cada segundo
Sugando este dia encantado
Cantando uma canção desconhecida
Bailando e comemorando a vida.
Ter tempo para ver o sol
Que timidamente vai surgindo
Gotas de orvalho caindo, flores por todos os lados
Sorrisos que nunca observei
Um suave “bom dia” que talvez nunca dei.
E que tudo seja festa em meu coração
Para ter a lembrança de momentos tão breves
Um brilho nos olhos que nunca existiu
Um ombro amigo que nunca partiu
Dividindo pedaços desta emoção
Fazendo da vida uma eterna paixão.
*
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Página publicada em janeiro de 2024.
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